sábado, 6 de março de 2010

North by northwest (1959) – Alfred Hitchcock


North by northwest (1959) - Alfred Hitchcock


Alfred Hitchcock. O que dizer dessa figura tão singular? Um gordinho bonachão? O maior de todos os tempos? Um megalomaníaco? Bom, são muitas as teorias. Prefiro a afirmação de Bergman: "Hitchcock faz um cinema de preguiçoso".

E não é sobre a técnica, sobre as tomadas, sobre as invenções cinematográficas que Bergman disserta. Mas, sobretudo, sobre seus roteiros, sobre suas estórias.

A insolidez de Hitchcock não o faz um mestre da inteligência.... Seus mistérios são quase todos dissolvidos.. explicados à exaustão. Onde fica a inteligência do espectador?????????

Em alguns filmes sentimos alívio ao ver os mistérios de Hitchcock dissolvidos, por exemplo, Psicose ou Vertigo. Mas em "Intriga Internacional" (nome português da película), tudo acaba ficando meio enfadonho. Excesso de mistérios. Excesso de desenlaces. Quando você descobre qual que é a do filme já está de saco cheio..........

A sensação é a de que o diretor fanfarronea com a nossa cara....... E isto é cinema?

Pode ser.

Um filme pode ser escuro, monótono, ou silencioso como em Bergman. Pode ser engraçado ou inocente com em Chaplin. Ou engraçado e eloqüente como os de Woody Allen. Hitchcock queria criar seu estilo, mas não o fez sem fugir muito dos dogmas de Hollywood. Hitchcock é inovador? Sem dúvida. Principalmente em filmes como Psicose e Vertigo. Entretanto, a mesma fórmula pode se aplicar sempre? Acho que não.

Talvez, se sua pretensão não fosse atingir o público norte-americano, seus filmes fossem mais elaborados. O cinema é mais que uma história bem contada. Sair satisfeito do filme, dormir feliz com todas as respostas dadas pelo diretor, é demais, mas não é tudo. Não é o suficiente para ser considerado o maior cineasta de todos.

Enfim..


Sobre "Intriga Internacional":

Envolvente. Até que se esgota. Torna-se enfadonho. Acaba dando sono. Hitchcock fez melhores.



Um comentário:

Thiago F. disse...

Puts, eu gosto muito.
Reconheço que é meio previsível, que as coisas todas se resolvem muito explicitamente... mas gosto de pensar que em 1959 talvez um roteiro desse não fosse tão manjado. Nós somos um público diferente...
Posso estar errado.