terça-feira, 17 de maio de 2016
La vita è bella (1997) - Roberto Benigni
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Die Welle (2007) - Denis Gansel

Die Welle (2007) - Denis Gansel
terça-feira, 23 de março de 2010
Goya's Ghosts (2006) - Milos Forman

Revolução Francesa, tempos de transformação. Fim do feudalismo, desequilíbrio da hegemonia católica, na França e na Europa.
Entretanto, seus resultados não foram tão satisfatórios quanto presumiram alguns filósofos iluministas: Voltaire, Diderot, Rousseau, Condorcet, vocês realmente acreditavam numa humanidade livre, igual e fraternal? O que difere um "esclarecido" de um bárbaro? A voracidade na hora de matar?
Napoleão, apesar de tudo, fez algumas coisas boas. Na Espanha, por exemplo, destituiu o poder da Inquisição. Desse modo, cafajestes perderam - por algum tempo - o poder de barbarizar vidas.
Vivemos hoje numa época esclarecida? Já não necessitamos nos submeter às doutrinas do catolicismo, mas nos submetemos a outros infinitos modos de ideologia. Parece que a iluminação falhou, trouxe a alienação, como previram, de certo modo, Adorno e Horkheimer.
Aliás, tais questões surgiram na minha mente, mas não são tratadas no filme com devida clareza. Ademais, não gosto como Milos Forman distorce as biografias das pessoas que relata. Me parece que em todos seus filmes há uma certa distorção do caráter dos personagens principais para que a trama se desenlace do modo mais conveniente.
Neste filme, por exemplo, Goya é apenas uma sombra do Goya histórico. O filme deveria se chamar A SOMBRA DE GOYA. O personagem está muito aquém da figura vívida e contestadora que fora o pintor. Goya era um apaixonado, um idealista, um romântico. Pintou algumas das maiores atrocidades da humanidade como protesto ao estado putrafato das coisas. No entanto, é retratado por Forman como um homem comedido até mesmo frio. Talvez porque não seja o protagonista e sim o coadjuvante: mais um erro, o filme que leva o nome do pintor NÃO É sobre o pintor. Estranho, não?
O protagonista: padre Lorenzo, interpretado pelo ótimo e mais "aparecido" ator espanhol do momento, Javier Bardem. Um padre que foge da igreja para ser um partidário da revolução. Incrível, não?
Outra aspecto negativo do filme: falado em inglês, quando se passa na Espanha do século XVIII. Odeio essas confusões idiomáticas, principalmente em filmes históricos. Enfim, de Hollywood não se pode esperar muito nesse sentido. Apesar disso tudo, é um filme forte, portador de grandes reflexões, principalmente sobre o papel da igreja e a ignomínia da Inquisição. As críticas também recaem sobre a revolução: antes manifestação popular transforma-se, mais uma vez, em manifestação de uma elite sanguinária, que frauda seus ideais através da liderança de um gênio doentio, Napoleão.
sábado, 6 de março de 2010
North by northwest (1959) – Alfred Hitchcock

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
About Schimdt - 2002 - Alexander Payne

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Madadayo - Akira Kurosawa - 1993

Para os povos orientais, principalmente para os japoneses, estes rituais são mais importantes. Deixam de ser simples repetição, mas se configuram como verdadeiros imperativos: as coisas TÊM de ser desse modo. É por isso que suas tradições são milenares, tudo é repetido incessantemente com a mesma solenidade e importância. O mais interessante: tudo parece natural, não parece forçado. Ocorre sempre como se fosse a primeira vez.
Madadayo é um filme sobre rituais. Uma vida ritualística, para ser mais preciso. Um professor recém-aposentado, adorado, glorificado pelo seus ex-alunos. Uma vida simples, marcada pelos rituais.
Um filme moroso, é verdade, como a maioria dos filmes orientais sérios. Moroso para nós, ocidentais, impacientes com os instantes, com o tempo desperdiçado, com a vida que se esvai. Madadayo traz consigo uma importante lição: a calma, a paciência, o "ainda não" que nos falta.
Que fique claro: não estou defendendo a letargia ou o conformismo, defendo a importância
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Dances with wolves - (1990) - Kevin Costner

Faz um tempo, acho que uns dois meses. Estava em casa no sábado à noite de bobeira e descobri que ia passar na TV um filme que eu não via há uns 15 anos. Dança com lobos. Resolvi assistir, começava bem tarde e eu sabia que o filme era longo, mas resolvi encarar, afinal, minhas lembranças sobre ele eram boas. Tempos nostálgicos, quem se lembra? Início dos anos 90. Fim da minha infância, início da adolescência. Na MTV, Guns and Roses, REM e Nirvana. Dentre os filmes, Dança com lobos foi dos mais marcantes.
Assisti com o mesmo sentimento de alguém que leu um livro bom há muito tempo atrás: redescobri, experimentei novamente sensações belas e agradáveis. Um belo filme, bela estória.
Um tanto rousseaísta, não acham?
Pois bem.. Por quê?
Primeiro: é uma declaração de guerra contra a civilização ocidental (européia). Todos os seus (nossos) valores são degradantes, conduzem-nos ao mal da vida social. Os homens brancos ocidentais europeus são mostrados como seres corruptos, malvados, degradados.... escrotos. Atuam pela sede de poder, pela sede de obter cada vez mais terras, propriedades, etc. Isto não é rousseaísta? Lembram da teoria: a desigualdade nasceu com a propriedade privada? Ou seria a corrupção humana?
Em contraposição a este estilo corrompido de vida aparecem os bons selvagens: uma comunidade de nativos americanos, que vivem em harmonia com a natureza, com seus costumes milenares, sua retidão moral, sua sabedoria, carisma, sofrimento diante da invasão branca e honestidade.
Entre ambas as civilizações está um homem. O protagonista. Homem branco, solitário, - como Rousseau, o caminhante solitário? - um militar que escolhe um posto no meio do nada para fazer guarda durante a guerra. Entra em contato com essa bela tribo de índios. Em pouco tempo se torna seus amigos. Com o tempo, sem a companhia da sua civilização branca, ele adentra no cerne da cultura indígena, percebendo que seus valores, sua relação com o meio, com a vida, é totalmente diferente da civilização branca ocidental. Os "bons selvagens" não guerreiam por propriedades. Os "bons selvagens" não matam por maldade, prazer ou esporte. Os "bons selvagens" respeitam a terra, a natureza, e, sobretudo, respeitam uns aos outros. Não há maldade, corrupção.
O homem branco, solitário, acaba se tornando um deles, adquirindo sua cultura, pois percebe sua supremacia moral. Acaba por desprezar todos os seus valores anteriores, ganha um nome índio, luta com os índios, contra uma tribo rival sanguinária. Mas mesmo os sanguinários não são maus por natureza, são famintos, mortos-de-fome, como animais selvagens, tentam utilizar a força para abater sua caça.
Um belo filme. Embebido de Rousseau, o que pode soar como romântico e idealista. Entretanto, se lembrarmos de Protágoras, tudo se justifica: o homem é a medida de todas as coisas.