domingo, 25 de janeiro de 2009

The General – Buster Keaton e Clyde Bruckman (1927)

The General – Buster Keaton e Clyde Bruckman (1927)


O que faz de um clássico um clássico? Talvez primeiro devamos tentar responder: o que é um clássico? Ora, alguma obra artística que marca uma época, que inova em algum sentido, e que se torna fonte de influência para gerações। Para ser mais exato: um filme sem época – eterno - que sempre que é visto por alguém, independente da década, ou mesmo da idade do espectador, causa comoção, arrebatação, aprazimento। "
Este é o caso de The General de Buster Keaton e Clyde Bruckman. Considerado por muitos críticos a maior obra-prima do ator, diretor, comediante e gênio norte-americano, A General, narra a história de um maquinista, Johnnie Gray, interpretado por Keaton, que tem dois grandes amores na vida: sua locomotiva, A General; e uma jovem, filha de um burguês de uma cidade sulina americana, prestes a entrar na Guerra Civil.
Mas, por que é um clássico? Porque, em primeiro lugar, a aparente ingenuidade da estória traz algo implícito, algo bastante marcante para os nossos tempos: a subordinação do homem à maquina: os tempos modernos, como Chaplin demonstrará brilhantemente poucos anos depois, é marcado por um avanço tecnológico que ao mesmo tempo que permite o progresso do capitalismo, subordina os homens às máquinas. Isto se apresenta no filme de forma contraditória: aqueles que detêm o domínio das máquinas, no caso o maquinista que utiliza sua locomotiva a favor de si e de seu exército, sairão vitoriosos. Quem deixar se escravizar pelas máquinas, quem não souber dominá-las, quem for seu escravo, principalmente em meados dos séculos XIX e XX, será, praticamente, um morto-vivo.
Ora, The General é um clássico, portanto, porque, além de todas as inovações que traz para o cinema - tanto para as técnicas de filmagem, quanto à prática da comédia - traz algo implícito, subjacente a sua beleza aparente: uma idéia. No caso, a ingênua e superficial idéia de que os homens devem dominar as máquinas, utilizá-las para seu benefício, e não para seu prejuízo. A idéia aqui é o algo mais por detrás da bela-forma. Mas isto não é suficiente para fazer um clássico. Aliás, o que é um clássico?

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